quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Merda pro seu próprio divertimento

As vezes tudo em que você acredita vira merda pro seu próprio divertimento, é tudo tão consistente e ao mesmo tempo flácido, divertido é jogar no ventilador e sentir todos os respingos banharem seu rosto em quanto você pula de alegria, como a menina vestida de abelhinha que vi em um certo clipe, sem nenhuma preocupação de ter que limpar tudo aquilo depois, a forma como os pingos riscam a parede é encantador, arte abstrata de orgânica contemporaneidade, é assustador a forma como todos se divertem tanto vendo tudo tão imundo, nos faz ate por um segundo esquecer de tudo o que de fato acreditamos.


Vivemos tanto tempo formando nossa própria opinião e lutando pra defender o que de fato a gente acredita, que esquecemos de acreditar no que de fato é real crer, pois vem alguém a tentar lhe mostrar que tudo o que você acredita e defende com tanto vigor é em vão, inútil credo, pior ainda é ver, em fatos, dados e exemplos cabais comprovações que toda essa sua fé no que crer foi em vão, pois tudo foi falso ate hoje, e você percebe que tudo foi como se você estivesse sentado a mesa tomando um chá com um chapeleiro, uma rã e uma lebre viciada em crak, no meio de uma floresta, cheirando loló e brincado com a voz inalando gás hélio, só pra deixar a lombra mais intensa, todos loucos de acido, colocados na bebida como mascara para realidade paralela em que vivemos, seria como de uma hora pra outra alguém viesse a você e provasse por “A + B” que você não existe, e você ter que rever todos os seus conceitos levantados lá na infância, É FODA!!, pior ainda, talvez seja, é ouvir milhões a sua volta gritando, em um único som de graves e agudos, “...IMBECIL, BABACA...”, e rindo pra deixar tudo mais interessante, é quando a maçã em suas mãos transforma-se em merda, quente e fresca, e a coisa mais divertida a se fazer é colocar-la em uma meia furada e rodar por toda a sala, pulando de alegria vestido de abelhinha bailarina, só pra deixar tudo mais interessante e mais ridículo, então tudo vira merda pro seu próprio divertimento. Podendo ate esquecer que terá que limpar tudo depois.


domingo, 19 de dezembro de 2010

Reblog: Os Ombros Suportam o Mundo de Carlos Drummond de Andrade (Retratode Camila blogspot)


Retirado do blogger: http://retratodecamila.blogspot.com/

Os Ombros Suportam o Mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Carlos Drummond de Andrade

sábado, 18 de dezembro de 2010

Bolhas? Nenhuma em marte.


Estou em marte, nada vejo a minha volta alem de três oportunidades a minha frente, representadas como bolhas, uma maior que a outra, cada oportunidade representada em seu tamanho compatível com a capacidade de dar certo, porém por mais que tente mantê-las intactas, isso digo fazendo o possível, uma a uma as bolhas se rompem, a ultima? Era a menor delas e rompeu-se em pasma incandescente, meio assim, fosforescente, ainda esta tarde.


Nada mais vou esperar ou procurar, assim digo, deixe estar.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mormaço: Carnaval, Sobe e desce ladeira

Como num samba as coisas vão indo de ladeira em ladeira, sobe desce morro, vira dobra esquina e num pelejo dos andantes sempre esbarramos em qualquer canto, no lugar onde você deve chagar num desejo de você ate encontrar, sobre e desce ladeira, caso ocorra um lajedo sombreado o sol sempre vindo amenizar nossa cuca, sobe desce ladeira, num pelejo dos andantes, sempre tem uma boca, pra arrepiar num toque só, escorrega um molhado bom, e num segundo a mais do olhar se desfazer na multidão, e sobe e desce ladeira, sol batendo na nuca e no final do dia encontrar no carnaval a mina, e levar pra um sobe e desce ladeira, num estrondo entrar, ver as cortinas se abrir nas línguas, brincar com a perversão da temporada, o corpo mastigar, quente como asfalto os lábios se tocar ate sufocar e lembrar que tudo foi de um encontro casual, sobe e desce cladeira, quanto mais quero mais, ate perco a voz em quere pedir mais, me derreto em suor só pra você, entre gemidos e o mormaço que espalha o ventilador, quero mais quanto mais quero, em meus sentidos apurados ardente lábios como o asfalto, e sobe desce ladeira, como uma morada boa estou quente em você, de saia rodada vejo tu partir, mesmo depois de te adular um tiquinho pro meu, querendo qualquer coisa que te guarde aqui, mas hoje você me deixou, quer dizer, hoje você me deixou de novo, mas isso é sentimento que nunca se estraga, o que quer que tenha tido não se estragou, mesmo numa noite quente como essa, sobe desce ladeira, o tempo todo vi você querendo olhar pra mim, como uma mensagem pra eu te querer, e eu não consigo me controlar, tenho um demônio na carne, te vejo usar os dedos pra provocar sensações proibidas, a cortina se abre e é o fim, quarta-feira ingrata chega tão depressa que num dar nem pra aproveitar, sobe e desce ladeira, o que fica é a saudade de ouvir o estalo do meu canhão, lembro de sua unha em minha carne, dentro e fora de você, alem da minha língua abrindo as cortinas, ativando os calafrios sentindo tua pele febrilmente esquentar, e nas ultimas de um certo bacalhau mais uma vez sobe e desce ladeira, espero no mormaço do ano que vem denovo te encontrar ardente e quente como o asfalto.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Antropofagismo: Antropófago eu? Não, Você...




Quando era criança não entendia o que acontecia diante de meus pequenos olhos antropofágicos, não percebia que estava tudo ali, todas as partes de vários corpos expostas a mesa para que eu pudesse me servir de bom grado, tudo era me oferecido a medida que eu crescia, minha mente inocente não percebia a importância de me tornar um predador antropófago, desses que para ter as habilidades necessárias teria que ingerir partes dos meus adversários mais habilidosos. Como se eu fosse eu um descendente de Pero Sardinha, preferia estar sempre em posição de negociar e tentar compartilhar com meus semelhantes as minhas, sem precisar necessariamente ser devorado, ou devorar, me enganei, tudo era postergado como um câncer inevitável retardado por um medicamento que me destruía ate as unhas, cresci e hoje vejo que a tribo é canibal, e me alimento hoje de hortas marítimas, ostras balzaquianas, e marmelo feito ao favo do salgado mel, e o mais próximo do antropofagismo que me encontro, se restringe a salmoura que deleito-me às coxas de mulheres virgens, que nem sempre, ou quase nunca, tenho oportunidade de saborear, tudo é antropofagismos, sinto lá dentro do meu âmago a necessidade de me tornar uma caetés ou um tupinambá, sentar a beira e esperar o mais forte guerreiro naufragar, e eu poder devorar suas partes, ou um homem santo também, assim tenho proteção pra seguir, homem que come homem, como totem suas pernas, braços, olhos, cérebros e tudo o que lhe for de qualidade, minha vó dizia, “...comer o cabilouro atrás da porta deixa você mais bonito...” mas o que tenho que comer pra ficar mais sagaz, homens e mulheres competindo em uma arena voraz, e no final ao vencedor não são mais batatas, e sim suas próprias vísceras servidas aos derrotados, outro dia um amigo disse “...pé que da fruto é o que mais leva pedra...” eu digo cabeça que mais pensa deve ser decapitada e servida aos que tem dificuldade de pensar, para que esses possam raciocinar com a voracidade de um vencedor, derrotado? É o antropófago que não come nem uma orelha, me vejo diante de um dilema, outrora levantado pelo saudoso Oswald de Andrade, mestre que hoje faço antropofagia a suas idéias, "Tupi, or not tupi? that is the quastion..."

"Tupi, or not tupi that is the question"

, podem ate dizer que o antropofagismo social esta morrendo, chegando ao fim com a caridade e a solidariedade, mas será que o solidário não é um antropófago da fé? mas todos dias que me levanto para ir trabalhar, no transito, em casa, no trabalho, na rua, no bar com os amigos ou num flerte barato, me vem sempre a mente uma única regra prima dos antropófagos, gritando em meus ouvido, "..Só me interessa o que não é meu...",

"...Só me interessa o que não é meu..."

bizarro? Assustador? talvez ate intragável? Sim, se visto com toda hipocrisia que temos em nosso coração, mas isso é a mais intensa verdade oculta no lugar mais escuro, úmido e sombrio do nosso peito, seja antropófago, coma a carne, beba o sangue, viva a antropofagia, literal, cultural, sexual, carnal, social, viva Oswald de Andrade e tudo o que possa ingerir para te fortalecer mesmo que seja apenas fé.

O que vou comer hoje?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ensaio sobre os desejos da Vênus - Parte1

Mulher, do seu singular latim mulier, ser que por social segurança muitas vezes se coloca ininteligível, inacessível, ser humano do sexo feminino, que em sua infância denominada menina e na adolescência chamamos moça, ou rapariga, termo no Brasil ate pejorativo dependendo da perversão imposta pela língua, dependendo do seu uso propositado, pratico ou lingüístico. Em sua transição sócio-cultural de menina para moça, de moça pra mulher envolve critérios biológicos tão rebuscados quanto o entendimento popular pode alcançar, mas seu afloramento aos desejos mais saborosos vem sempre ao início de sua menstruação, como se seu corpo ao final gritasse ao mais alto falante, “Estou pronto pro...” e sua inconsciente mente pervertida pensa "in out, in out, in out...", e pequenos combates elétricos promovem o desejo e a vontade de se descobrir mesmo em pequenos e delicados toques casuais, como nas teclas pretas do piano, em Ré, pra ser mais preciso. Seu símbolo é uma representação do espelho na mão da deusa Venus, deusa do amor, da beleza e do prazer na mitologia romana, equivalente a Afrodite na mitologia grega, ♀, na antiga alquimia o símbolo do cobre, o circulo representando o espírito sobre uma cruz eqüilateral representando a matéria, espírito, matéria, sentimento, corpo, sentidos, carne, desejos, prazer, cobre vermelho que da fome, vontade de comer, seios cabelos, olhos, cheiro, pele, roupa, caminhar, olhar, sentir, cheirar, tocar, tocar, tocar, em sua pura virgindade, excêntrica para os padrões atuais, tudo é conceitual, uma fita no cabelo, saia baixa, ou curta, por mostrar as pernas, ou largas ancas, tudo usado de forma conjunta a promover o combate de fronte aos desejos masculinos, instigando o desejo a caça, seja ela de mini-saia ou burca, blazer ou vestido, o intuito é apenas um, seduzir para procriar, mesmo que a procriação seja frustrada pela vasta tecnologia em não permitir fazer bebe. Hoje nenhuma, amanhã algumas, noutro dia apenas uma, pra fazer de companhia por longas datas, assim se fez no início, vinda da costela de adão, alusivamente representada em sua simetria ao ideal masculino, como as costelas, dispostas simetricamente, em condições normais, uma oposta a outra, em cada lado do peito, e assim deve ser, mulher para homem, seio sobre peitos, mesmo que um homem tenha varias costelas ou nenhuma, ao final tudo é prazer, desejo, reluta, sacies, em busca de um complemento que preencha a essencial cavidade feita com dúbio propósito, e intuitos conflitantes para algumas religiões, deleite ou procriação? Procriação ou deleite? Particularmente? Prazer e deleite. E por que não os dois, ou os três, deleite, procriação e prazer, e assim se fez o céu, e no sétimo dia descansou e a melhor obra de todas ele guardou, a Vênus. E onde estará a Vênus? em seu mais puro e verdadeiro desejo de fazer o mais incrível dos prometidos e divino prazer.


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Azia




Azia é uma sensação de queimação no esôfago. É vulcão dentro do peito, com núcleo ativo no alto da barriga, essa dor que geralmente eleva-se até o peito e pode irradiar até o pescoço e garganta, deixando você em aflição constate. É sensação de queimação, levando ate a garganta um gosto amargo e cítrico, como de amor perdido, desilusão, platônico sentimento exposta ao relento em muco ardente, que em sua erupção de maior intensidade pode levar as suas narinas o odor intolerante de tudo de ruim produzido por suas entranhas, é causada pela exposição do esôfago ao conteúdo ácido do estômago. Leva você a crer que suas vísceras estão em constante decomposição, como se em seu interior nada lhe fosse mais funcional, faz você lembrar que um estomago existe, e que seu peito não tem só um coração, mas outras vias de conexão, esôfago, traquéia, fossas nasais, tudo formando uma complexa rede unidas como uma brincadeira sem graça da quase perfeita formação embrionária, como que feito com o intuito de deixar-lo ainda mais irritado, te obrigando a controlar o que você ingere, por mais que você não queira fazer esse controle, é acido vulcânico que queima ao gosto acido da lava, queimando tudo, azia também foi identificada como uma das causas de asma e tosse crônica, quando esse derrame invade suas narinas, como se fosse ser liberadas em fumaça, um trago no cigarro? só lhe faz dar a lava o ultimo elemento de sua composição, tornando tudo que emerge de suas entranhas, ser fogo liquido e fumaça, as vezes acho que algumas pessoas deveriam ter azia no coração, pra lembrar que tem um, azia em seu cérebro, pra lembrar que racionalizar certas coisas é importante, já pensou, um cérebro aziado? Com seu muco acido escorrendo pelos ouvidos? E você dizendo por ai, levando a mão à testa, “- Estou com azia”, seria engraçado, quanta gente teria a lembrança de uma consciência, e teria que inalar sal de fruta para amenizar a queimação, seria bem interessante, ver pessoas de consciência aziada inalando sal de fruta pra amenizar a queimação, tudo isso seria hilário. Mas tudo isso tem uma prevenção, se azia acontecer quando estiver deitado, elevar a cabeça com travesseiros ou sente-se, geralmente provê alívio, porém deve-se ter cuidado para evitar colocar estresse contínuo no pescoço. Procurar não consumir certos alimentos antes do horário de dormir também é aconselhável para evitar ataques de azia, e não fume, lembre-se a fumaça pode complementar o ultimo elemento.

Le Pari: Capitulo Final - A Queda

A saída...o salto...o vento...tudo muito inesperado e vivido como se tem que ser vivido, cada segundo de duvida seguido por sentimentos...