quarta-feira, 7 de março de 2018

Le Pari: Capitulo Final - A Queda



A saída...o salto...o vento...tudo muito inesperado e vivido como se tem que ser vivido, cada segundo de duvida seguido por sentimentos múltiplos e inexplicáveis de conflitos internos e intermitentes, tantos sentidos se misturando que me parecia ate um só, todos juntos já deixavam tudo dormente, da ponta dos dedos ao nó na garganta, acho que dor talvez seja isso, a junção de todos os sentimentos que muitas vezes te faz a te chorar, prevalecendo o vencedor dessa grande batalha como sendo a tristeza, como o mais forte sentimento a se expressar em nosso rosto, todos os outros? Conseguimos fingir, e alguns ate usar como mascara, mas o chão se aproxima o momento de puxar a corda chegou, não adianta mais pensar sobre abrir ou não abrir, aproveitar ou não a queda, sentir ou não sentir, qualquer coisa que seja, tenho apenas que puxar, o som do clique ao puxar a corda e como um estrondo em meu peito, como um falante ligado a toda pressão do grave, a ansiedade de se ouvir o desenrolar do pára-quedas sobre minha cabeça é tanto que por imaginação posso ate pensar ter ouvido, me engano, e como um estrondo de em palo seco sinto meus ossos atravessar minha carne, e num quique meu corpo em frangalhos sobre ao céu por alguns vários centímetros e volta a cais, minha cabeça é a única parte que posso perceber quase intacta, rolando, afastando-se do meu corpo, posso ver ate minha perna a alguns metros por alguns segundos antes sentir qualquer tipo de dor, sinto agora de verdade o gosto do barro entre meus dentes, mas agora a única coisa que me preocupa e ter que me reconstituir novamente e pensar em quando será o próximo salto? Ao Longe vejo o premio que seria meu, olhando pro lado em repulsa pra não ver o que sobrou de mim após a queda, e lembro o quanto divertido seria se tudo desse certo e o beijo eu tivesse caso tivesse o pára-quedas aberto, levando seu sorriso lindo embora, então tudo se faz claro, e volto a mim em duvidas e de forma agradavelmente ácida finalmente percebo quem de fato dobrou meu pára-quedas.... FOI ELA!!

Le pari: Só na saída



Estou as portas do salto sem de fato saber se devo pular, mas ao som dos gritos de incentivo, motivando-me a entrar nessa, eu salto, mesmo tendo ainda a grande duvida se esse pára-quedas vai abrir, ate mesmo por não ter sido eu o “dobrador”, mas por tantas vezes já saltei, muitas ate sem o pára-quedas, foi perna pra todos os lados, mas já me regenerei, ficaram algumas cicatrizes da queda, mas como dizem que as mulheres gostam de homens com cicatriz, deixa estar a perceber, ao menos desta vez tenho a duvida da abertura a favor do meu próprio consolo.
Na saída tudo foi tranqüilo, e correu na mais perfeita alegria, deixei-me levar por ela e saltei, pude ate sentir o vento frio da tragicômica queda tocar meu rosto, em contraponto a me dar segurança, podia quase sentir o calor da palma de sua mão a apertar a minha, mesmo estando só nesse salto, em meio a tanto êxtase provocado pelo salto, dentro de mim era travada uma grande batalha de todos os sentimentos possíveis, procurando um espaço de privilegio em meu peito, só por vaidade de se fazer transparecer em meu rosto, por que tanta vaidade em algo tão abstrato como sentimentos? Medo, Felicidade, Ansiedade, Angustia, Alegria, Vaidade, Orgulho, Tristeza, Melancolia, todos brigando por seu espaço, sempre algum prevalecendo, mas em meio a tudo isso a grande interrogação não saia de nosso rosto, qual iria vencer ao final? Será que chegarei ao chão em segurança e pára-quedas abertos? Era o que eu esperava, mas o que fortalecia o medo era o fato de, como sempre, eu estar mais uma vez só na saída.

Le pari: Ao Vento


A aventura de se deixar levar por um sentimento, seja ele qual for é um risco incalculável a sanidade mental e ao equilíbrio emocional de qualquer pessoa que julgue-se em seu devido eixo emocional, quase como acordar de uma noite mal dormida, com uma puta dor de cabeça e num piscar de olhos se ver a porta de um avião preste a saltar sem sabem quem dobrou o para-queda, com a duvida se realmente ele vai abrir, e mesmo com essa duvida mortal você se lança ao vento de peito aberto.

Hoje começo a contar a saga desse salto...

Le Pari: Capitulo 1 - Aproximação ao chão

Estou em queda livre, tanta coisa esta passando por minha cabeça agora, como na velocidade do vento que corre por minha orelhas, que nem sei em que pensar primeiro, na queda, com minhas partes expostas, na agradável sensações do vôo, digo aproveitar o momento e toda a felicidade neste instante presente, ou se fico me preocupando se o pára-quedas vai ou não abrir, tem momentos como os de agora que paro pra pensar em aproveitar todo esse êxtase que me provoca transe, e curtir a queda ao Maximo que puder, e enquanto tiver em meus pulmões o ar, mas de supetão vem a lembrança que uma hora o chão chega, que inclusive esta chegando rápido de mais, mas quando penso nela a aflição aumenta é quando vem a ansiedade e o desejo incontrolável que o pára-quedas se abra, e chegue logo o momento de puxar a corda, e quando chegar ao chão receba o beijo como recompensa, mas isso me aflige de tal forma que por vezes tomei atitudes precipitadas de acelerar minha queda, como inclinar minha cabeça em direção ao solo, juntando meus braços ao corpo e unindo as pernas com o objetivo reduzir a arrasto e aumentar a aerodinâmica, que no meu caso da trabalho, e acelerar o momento que terei que puxar a corda, e me esqueço que se estiver rápido de mais e o pára-quedas abrir ele pode rasgar e vou estourar no chão do mesmo jeito, é quando vem a duvida, relaxo e deixo cai, para o caso do pára-quedas abrir e tudo correr bem? ou penso só na queda e acelero o momento, pois o pára-quedas não vai abrir mesmo? não sei, acho que vou esperar...o chão se aproxima muito rápido e já posso sentir o gosto do barro entre meus dentes, dizem que nessas horas finais volta a você a grande fé ancestral, digo ser verdade, pois rogo a Deus todas as noites antes de dormir, que se abra o pára-quedas e eu tenha uma decida suave ate o beijo premio da pessoa que esta La em baixo a me esperar, e já posso ver-la, mas será que ela pode me ver? Espero que abra-se o pára-quedas.

Le Pari: Capitulo Final - A Queda

A saída...o salto...o vento...tudo muito inesperado e vivido como se tem que ser vivido, cada segundo de duvida seguido por sentimentos...