Estou as portas do salto sem de fato saber se devo pular, mas ao som dos gritos de incentivo, motivando-me a entrar nessa, eu salto, mesmo tendo ainda a grande duvida se esse pára-quedas vai abrir, ate mesmo por não ter sido eu o “dobrador”, mas por tantas vezes já saltei, muitas ate sem o pára-quedas, foi perna pra todos os lados, mas já me regenerei, ficaram algumas cicatrizes da queda, mas como dizem que as mulheres gostam de homens com cicatriz, deixa estar a perceber, ao menos desta vez tenho a duvida da abertura a favor do meu próprio consolo.
Na saída tudo foi tranqüilo, e correu na mais perfeita alegria, deixei-me levar por ela e saltei, pude ate sentir o vento frio da tragicômica queda tocar meu rosto, em contraponto a me dar segurança, podia quase sentir o calor da palma de sua mão a apertar a minha, mesmo estando só nesse salto, em meio a tanto êxtase provocado pelo salto, dentro de mim era travada uma grande batalha de todos os sentimentos possíveis, procurando um espaço de privilegio em meu peito, só por vaidade de se fazer transparecer em meu rosto, por que tanta vaidade em algo tão abstrato como sentimentos? Medo, Felicidade, Ansiedade, Angustia, Alegria, Vaidade, Orgulho, Tristeza, Melancolia, todos brigando por seu espaço, sempre algum prevalecendo, mas em meio a tudo isso a grande interrogação não saia de nosso rosto, qual iria vencer ao final? Será que chegarei ao chão em segurança e pára-quedas abertos? Era o que eu esperava, mas o que fortalecia o medo era o fato de, como sempre, eu estar mais uma vez só na saída.
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